ptp20180618022 Medizin/Wellness, Forschung/Entwicklung

Trombectomia como terapêutica para o acidente vascular cerebral: também possível nos idosos, mas não sem riscos


Lisboa (ptp022/18.06.2018/09:20) Até mesmo os doentes mais idosos podem beneficiar da trombectomia - um método de tratamento cada vez mais importante - após um AVC, contanto que a seleção dos doentes e a avaliação dos riscos sejam cuidadosas. É esta a conclusão de um estudo português, apresentado no 4.º Congresso da Academia Europeia de Neurologia (EAN), em Lisboa.

Com a trombectomia endovascular, existe há alguns anos a possibilidade de remover oclusões vasculares maiores. O trombo é retirado do vaso cerebral com um cateter inserido através da virilha. Numerosos estudos internacionais demostraram que o tratamento endovascular representa um avanço significativo em comparação com a terapêutica medicamentosa. O método é indicado especialmente para coágulos sanguíneos muito grandes e grandes oclusões da artéria cerebral, tendo frequentemente bons resultados: mais de 60% dos doentes tratados sobreviveu ao AVC como resultado do procedimento, com pouca ou nenhuma incapacidade posterior.

"Cada vez mais estudos comprovam a elevada eficácia da remoção mecânica de coágulos sanguíneos após um AVC. Mas os investigadores ainda estão a analisar para quem este procedimento relativamente novo é a melhor opção de tratamento", afirma o Dr. Ary Lopes de Sousa (Centro Hospitalar de Lisboa Central, Portugal).

O Dr. Ary de Sousa e os seus colegas estudaram o sucesso de uma trombectomia em mais de 200 doentes que sofreram um AVC isquémico agudo, mas cujo quotidiano não foi afetado ou apenas ligeiramente. Os doentes foram divididos em dois grupos: um com pessoas com menos de 80 anos e outro com pessoas com mais de 80 anos.

Um terço dos doentes com mais de 80 ficou novamente independente após o procedimento

No grupo de doentes idosos com 80 anos ou mais, verificou-se hipertensão arterial mais frequentemente e houve mais ataques isquémicos transitórios, um distúrbio circulatório do cérebro que resulta em défices neurológicos a curto prazo. Não houve diferenças entre os dois grupos no tratamento em si, nomeadamente no que diz respeito ao intervalo de tempo até ao restabelecimento do fluxo sanguíneo do vaso com oclusão (revascularização). No entanto, no grupo mais velho, dois terços dos doentes apresentaram um mau resultado funcional três meses após o tratamento, o que significa que a sua vida quotidiana ficou afetada de forma moderada a significativa. Houve distintamente mais pessoas com incapacidades do que no grupo mais jovem, onde, com 46 por cento, apenas um pouco menos de metade ficou com restrições na sua vida diária. Por outro lado, um terço dos doentes com idade superior a 80 anos conseguiu fazer novamente a sua vida diária com pouco ou nenhum impacto do AVC, três meses após o tratamento. No que diz respeito à frequência de mortes, não houve diferença entre os grupos etários.

"A trombectomia parece ser mais arriscada para as pessoas idosas, com mais de 80 anos, do que para os doentes mais jovens. Contudo, se o procedimento ajudar um terço dos doentes com mais de 80 anos a ter uma vida sem incapacidades, devemos identificar os fatores que favorecem este resultado positivo. Pois assim podemos propor este procedimento moderno especificamente para os idosos que podem beneficiar dele", afirma o Dr. Ary de Sousa.

Fonte: Abstract 4th EAN Congress 2018, O206: S. Lopes de Sousa et al: Mechanical thrombectomy for acute ischemic stroke in the very old

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